Época Romana
À semelhança do que se verifica em toda a região da bacia do Sousa, também o concelho de Lousada foi alvo de uma intensa romanização.
Entre 138 e 136 a.C., o procônsul Decimus Junio Bruto ultrapassou o Douro e o primeiro povo com que se defrontou foram os Callaeci, cuja capital parece ter sido Cale (Porto). Augusto, a quem é atribuída a conquista e pacificação do Noroeste Peninsular (27-19 a.C.), enceta uma ousada reorganização do território, alicerçada numa bem estruturada hierarquia administrativa. No topo encontra-se Roma, capital do Império, ao centro as províncias, surgindo por fim os conventus.
O Noroeste Peninsular, área em que nos encontramos, estava sob o domínio administrativo da Tarraconensis, a maior das províncias hispânicas, com capital em Tarraco. Tinha as suas fronteiras definidas a sudoeste com a Lusitânia e Baetica e a nordeste com a Gália Aquitânia e Gália Narbonense, estando os restantes limites confinados pelo Atlântico. Dentro da província Tarraconensis, o noroeste estava organizado em três conventus, interessando-nos particularmente o Conventus Bracaraugustanus, com capital em Bracara Augusta (Braga), com os limites a Sul a entroncar no Douro.
A face mais visível desta presença de populações chegadas do Latio, a partir do século I a.C., verifica-se nas freguesias de Meinedo, Cristelos, Caíde de Rei, Aveleda, Sousela e Nespereira. Dos vestígios do período romano detectados, é de salientar a “Casa Romana” de Cristelos, uma domus surgida na sequência da romanização do Castro de S. Domingos e alvo de intervenção arqueológica em 1996 e 1997 e em 2009 e 2010, bem como a Quinta dos Padrões (Meinedo), situada na margem esquerda do rio Sousa, onde são evidentes os vestígios de um povoado romano, provável vicus, com ocupação subsequente durante a Alta Idade Média, chegando a sede de Bispado no século VI com a designação de Magnetum. À margem dos diferentes sítios arqueológicos atribuíveis ao período romano, abundam no concelho os achados avulsos, designadamente estelas e aras epigrafadas, a maioria das quais dispersas por vários museus (Museu da Sociedade Martins Sarmento e Museu Nacional de Soares dos Reis).
- Trabalhos de levantamento e leitura da inscrição romana gravada na ara da Quinta de Santo Adrião (Silvares)