Idade Média e Idade Moderna
A Idade Média, do ponto de vista arqueológico, carece de maiores desenvolvimentos no espaço concelhio lousadense, a fim de serem corroboradas as informações documentais medievais. Ainda assim, alguns fragmentos cerâmicos recolhidos em Monte Pedroso (Aveleda-Alvarenga) e em Cimo de Vila (Vilar do Torno e Alentém), parecem permitir antever a ocupação de alguns outeiros destacados no território pelo menos entre os séculos IX/X e XI, relacionados com estruturas castelares.
- Sepulturas rupestres do Irmeiro (Boim)
Referências e elementos arqueológicos associados à religiosidade e devoção popular são os mais representativos deste período em Lousada, como sejam as inúmeras igrejas e capelas de tradição românica, entre as quais a igreja de Meinedo, a igreja da Aveleda e a igreja de S. Miguel são um bom exemplo; acrescem ainda os vários núcleos de sepulturas rupestres de cariz antropomórfico, nomeadamente a necrópole de S. Miguel (S. Miguel), a necrópole de Peitogueiro (Boim) e os enterramentos medievais detectados numa intervenção arqueológica realizada no adro da Igreja Paroquial do Salvador de Aveleda. Neste momento insere-se de igual maneira a lagareta da Cerca dos Veados (Vilar do Torno e Alentém), uma infra-estrutura que nos atesta a produção de vinho na Idade Média nesta parcela do território lousadense. Este lagar rupestre compõe-se de três compartimentos (calcatorium, lacus e prensa ou prato) que comunicam entre si por gravidade.
- Escavações arqueológicas no adro da igreja de Aveleda
- Lagar dos Mouros (Vilar do Torno e Alentém)
Marca indelével deste período foi a construção de vias e a actividade pontística, de que as pontes da Veiga e Vilela são excelente exemplo.
- Ponte da Veiga (Torno). Perspectiva de jusante
No que concerne às vias que atravessariam, desde tempos clássicos, o concelho, sobram parcos vestígios. Ainda assim Carlos Alberto Ferreira de Almeida situa no actual território de Lousada a estrada medieval que ligaria Guimarães a Penafiel. Seria precisamente nas proximidades desta via, no cabeço do Outeiro, na freguesia de Nespereira, que em Fevereiro de 2005, haveriam de ser colocados a descoberto os vestígios de um habitat rural (provável casal) com ocupação entre os séculos XVI/XVII, do qual foi exumado abundante espólio cerâmico e diversas peças metálicas associadas à actividade agrícola.